segunda-feira, 10 de setembro de 2012


02-09-12

“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”.

(Salmos 51:17)

         Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores. Nós devemos adquirir a humildade de coração e nos prostrarmos a Ele confessando nossa posição de pecadores para que Ele nos pegue pelo braço e nos salve.

         A vida mundana está cheia de tentações, de perversidades, de egoísmo. Devemos, todos os dias, dizer humildemente: -“Jesus Cristo, filho de Deus vivo, tende piedade de mim, porque sou pecador”.

         Esta pequena oração possui três pontos:

·        Que Jesus é filho de Deus;

·        Nossa humildade em lhe pedir piedade;

·        Nossa situação de pecador, a qual é difícil admitir.

A vida de Jesus é um exemplo para nós. O filho de Deus não veio ao mundo para ser servido, mas para servir. Ele humilha-se, põe-se à disposição. Lava os pés dos apóstolos (tarefa destinada aos mais baixos servos). Ele veio para dar a vida para nossa redenção.

A palavra monge vem de um, unidade. Sua vida se destina a tornar-se um junto a Deus. E isto só será possível quando nós louvarmos a Cristo em tudo que fazemos.

         Jesus é o caminho, a verdade e a vida.

         A vida cristã é tão bonita que, para quem a tiver compreendido, nada haverá de mais belo no mundo.

         “Vinde a mim, vós que gemeis sob o peso, e Eu vos consolarei.”

         Ele nos prometeu! E o fará.

         Nós não temos mais nada a fazer do que ir até Ele, mostrando nossa posição de frágeis, imperfeitos e pecadores.

         Aqui, no mosteiro, têm um quadro que é colocado na Páscoa na capela, em que Jesus aparece puxando Adão, pelo braço, do purgatório e Eva está segurando os pés de Jesus com um lenço, não se achando digna de relá-lo. Ele retrata a vinda de Jesus, quando Ele virá para nos levar ao Reino de Deus.

         Eu acho este quadro muito bonito.  A páscoa representa a caminhada, e Jesus é o caminho!

         Para o cristão, todo dia deve ser páscoa. Devemos nos vigiar para que Jesus nos retire das trevas.

         Ele virá, e como uma mãe, que segura seu filho pelo braço (não pela mão, para não escapar) e nos levará junto a Ele no Reino de Deus.

 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012


21-08-12

“Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.” (Salmos 91:11)

Este era um dos salmos preferidos da minha avó. É sobre a confiança do homem em Deus, sendo a fé o fundamento de tudo. Ele fala sobre a proteção divina, diz que o Senhor protegerá aquele que se uniu a Ele, pois conhece o seu nome.

Ainda a pouco fiz uma ladainha de São Miguel arcanjo, o incenso de mirra ainda está queimando, enchendo a minha cela com uma atmosfera mística de meditação. “Que minha oração suba até vós como incenso...” e que me ensine a trocar os bens do tempo presente pelos bens eternos.

O som de uma coruja, aqui perto, insiste em dizer que está na hora de eu ir dormir. São 20:40 e está muito silencio, fora a coruja querendo me amedrontar (rsrs).


27-08-12

“Os sacrifícios para Deus são um espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.

(Salmos 51:17)

         Hoje é memória de Santa Mônica. Oração:

“Ó Deus, consolação dos que choram, que acolhestes misericordiamente as lágrimas de Santa Mônica pela conversão de seu filho Agostinhos, daí-nos, pela intercessão de ambos, chorar pelos nossos pecados e alcançar o vosso perdão.”

 
 
 
Acabei de ler o livro, 13 anos depois. Obrigado por não ter desistido de mim. Te amo mãe.


        

31-08-12

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento”. (Provérbios 3:5)

Hoje, na missa, o evangelho foi sobre a parábola das virgens prudentes à espera do noivo. Elas deveriam sair à noite para esperar o noivo chegar, então elas pegaram suas lamparinas e foram ao seu encontro. As virgens prudentes levaram consigo um galão de azeite para abastecer a lamparina, porém as insensatas não o levaram.

Como o noivo estava demorando a chegar, as lamparinas se apagaram e elas adormeceram, acordando com um grito dizendo que o noivo estava chegando e para irem a seu encontro.

As que eram prudentes encheram as lamparinas, porém as outras não tinham mais azeite e pediram às que o possuíam. Porém elas disseram que se repartissem ficariam sem azeite suficiente para ambas. Então foram comprar o combustível para suas lamparinas e quando voltaram o noivo já havia encontrado as outras moças e tinha fechado a porta para a festa do noivado.

Elas ficaram batendo na porta, pedindo para entrarem, porém o noivo disse que não as conhecia.

Essa passagem trata de estarmos sempre vigilantes para o dia em que o Senhor chegar, pois nunca saberemos quando será e em que ocasião nos encontrará. Por isso devemos sempre seguir o ensinamento: “vigiai e orai”, pois não sabemos o momento em que o noivo virá e poderá nos pegar desprevenidos. Não sabemos quando seremos julgados.

 

01-09-12

“O trabalho, eis a tua ascese- diziam os anciões aos jovens discípulos- busca aquilo que te é penoso, aquilo que aos irmãos é repugnante cumprir. É ali que o Espírito virá visitar-te e depositará no teu coração tesouros de amor e d humildade”. (RB. 48,2)

 

Hoje é o dia que eu separo, pela manhã, os materiais recicláveis. Por obra de Deus, ontem à noite eu li o texto acima da Regra de São Bento. Realmente acredito que esse serviço vai me ajudar a trabalhar questões da minha conduta.

Espero poder ficar atento aos ensinamentos que Jesus me permitirá adquirir com essa experiência, fazendo-me conservar a humildade. Uma vez que podemos nos distanciar de Deus através da vaidade em nossos trabalhos, quando nos enchemos de orgulho para dizer nossa profissão, nas vezes que contamos quão pesado é o fardo que somos obrigamos a carregar em nosso trabalho.

Mas quando o trabalho nos pega bem em nossas fraquezas humanas, ele pode se tornar um veículo de transformação e elevação espiritual.

 

 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012


A Luz na minha vida

É incrível pensar nas transformações da minha vida, nas novas possibilidades que sugiram em meu caminho. Estou vivendo uma realidade totalmente oposta a tudo que conhecia, a tudo que priorizei, a tudo que eu almejava.

Novos valores me foram inseridos e ocorreu uma mudança muito brusca que não sei explicar no momento.

É assim que a vida ficou completamente transformada. Tudo mudou e, de certo modo, nada mudou.

Tudo mudou, porque o sentido da vida deixou de ser o mesmo, porque o amor do Pai é uma luz que transforma. Deixei de fazer parte da massa que luta diariamente para ascensão profissional e social para a busca da ascensão de meu espírito.

Obviamente, os reforçadores que me mantêm nessa nova realidade são outros. Não sigo mais minha vida com estímulos e alegrias efêmeras, mas como me disse um irmão aqui no mosteiro, os reforçadores são homeopáticos. É a cada leitura do evangelho, a cada oração, a cada dose de Deus nos sete encontros diários de orações que me dão força para continuar seguindo Cristo.

No momento em que eu abri meus ouvidos para Jesus e pude despertar para essa nova vida, um novo mundo surgiu na minha frente. Nele eu fui acolhido por pessoas que nunca tinha visto, pessoas muito diferentes daquelas que eu buscava amizade, pessoas que me acolheram fraternamente sem esperar nada em troca.

Mas muitas coisas continuam sendo as mesmas, aquelas que eu trago dentro de mim, meus medos, meus arrependimentos, meus pecados, minhas angústias, meus demônios.

Contudo, seguindo F. Pessoa, eu estou procurando despir-me do que eu aprendi, esquecendo do modo de pensar que o mundo lá fora me impôs, estou desencaixotando as minhas emoções verdadeiras que ficaram escondidas embaixo de tantas couraças que fui criando para sobreviver ao mundo. Estou buscando ser eu mesmo, minha essência, um filho de Deus, não um homem resultado da corrupção do mundo.

 São Pedro, em seu evangelho, já nos advertia que muitos vão estranhar que aqueles que passaram a seguir Jesus, já não se lançam com eles nos desregramentos e libertinagens, na corrupção da sociedade, e por isso vão nos cobrir de calúnias.

Mas que pode um homem contra mim? “Cuja vida se prende a um fôlego”? (Is 2:22)

Estou vivendo uma nova vida, o mundo deixou de ser o mundo e eu deixei de ser eu mesmo.

Diego P. Sampaio

20-08-2012



19-08-12

“Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem.” (Provérbios 3:12)



         Por nos ter como filhos, Jesus nos pune como um pai, o qual quer ensinar seus amados o caminho para o bem.

ELE deseja que não nos esqueçamos de seus ensinamentos e os guardemos sempre em nossos corações para, assim, nos assegurar longos anos de felicidade.

É para nosso próprio bem que ELE nos pede: “orai sem cessar”, para que, ao termos sempre a palavra de Deus em nossos pensamentos, a bondade não saia de nossos corações. ELE não nos pede que oremos para ELE se vangloriar, para sua soberba, mas com toda sua compaixão, pede para nosso próprio bem, para salvar nossas almas, para que nós aprendamos os verdadeiros valores da vida.

Boa-Nova
 

Para me ajudar a meditar sobre os ensinamentos de Cristo e complementar a Lectio Divina, eu vou utilizar, diariamente, a leitura de versículos bíblicos de uma caixinha de boas-novas que minha mãe linda –que eu amo muito- me “presenteou” (rs).



15-08-12

“Olhai pois que façais como mandou o Senhor vosso Deus:

não declineis nem para a direita nem para a esquerda.’’

(Deuteronômio 5:32)

         Segundo a citação, o caminho a seguir é o da retidão, da moderação. Para mim, direita e esquerda representam oscilações, tanto para mais quanto para menos. O caminho seguir Cristo não é o de excessos.

         Deus não espera grandes provações de nós, mas deseja que tenhamos sempre uma boa conduta na mansidão dos nossos atos.

Tudo que representa um excesso é ruim aos olhos do Senhor, pois poderá levar o homem à soberba. Uma vez que muitos vivem sempre em penitência como forma de se sobressair aos demais irmãos, querendo mostrar o quão são fiéis a Jesus, estão pecando com a soberba tanto quanto aquele que usa de excessos do plano material.



16-08-12

“Antes de ser afligido andava errado; mas guardo a tua palavra. ’’

(Salmos 119:67)

         Diz na Bíblia que aquele que pecou e arrependeu-se de teus pecados é tão puro quanto aquele que nunca pecou. Desse modo, não importa o nosso passado, o que fazíamos antes, o quão errados foram nossos caminhos.

         Se chorarmos pelos nossos pecados, nos arrependermos sinceramente, clamemos ao Senhor e ele nos atenderá.

         Nosso passado serve de aprendizagem para toda a vida. A pessoa que somos hoje é resultado de tudo aquilo que passamos, nossas relações, dificuldades e angústias. Com elas pudemos moldar nosso caráter, tentando seguir um caminho para o bem.

         No versículo 71, deste mesmo salmo, diz-se: “Foi bom para mim ser afligido, a fim de aprender vossos decretos”.

         Quando nós aprendemos uma lição com nossos erros e usamos para nosso bem futuro, o fardo de nossos pecados fica mais leve, nós poderemos experimentar uma leveza em nossos ombros.



17-08-12

 “Antes que os espinhos cheguem a aquecer as vossas panelas,

 serão arrebatados, tanto os verdes como os que estão ardendo...”

(Salmo 58:9)

O Salmo 58 -Hipocrisia dos juízes da terra- trata de confortar os justos, dizendo que há recompensa em Deus. Comparando os juízes a serpentes, cujas palavras são como veneno para os inocentes, diz-se que o apelo à justiça divina fará o justo ver o castigo dos ímpios.

Na minha compreensão, esse versículo é uma metáfora para as maldades dos inimigos, que são como espinhos. Os verdes são os pensamentos maus que eles ainda não fizeram na prática, que ainda executaram sua maldade contra os justos.



18-08-12

“Filho meu, não te esqueças da minha lei,

e teu coração guarde meus mandamentos.” (Provérbios 3:1)

“Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação,

e a minha língua louvará altamente a tua justiça.” (Salmos 51:6)

“Passai, passai pelas portas; preparei o caminho ao povo;

aplanai, aplanai a estrada, limpai-a das pedras...” (Isaías 62:10)

        

         Em nosso cotidiano, com todas as dificuldades em nossos caminhos, com todos os excessos de informações que nos são impostos a todo o momento –os quais devemos aprender a selecionar aqueles que os farão bem e nos serão úteis- com a maior parte nosso tempo destinado aos prazeres que a vida moderno pode nos oferecer, acabamos negligenciando a lei de Deus.

         As pessoas encontram tempo para assistirem a suas novelas, com o discurso “hoje a novela estará boa”, mas não possuem dez minutos para ler um episódio bíblico. Muitos ficam horas em redes sociais conversando com “amigos” virtuais, mas não podem dispor de cinco minutos para conversar de coração aberto com Jesus, Aquele maior misericordioso, que está sempre pronto para ouvir um coração aflito.

         Muitos homem e profetas vierem ao mundo com a missão de preparar o caminho do ser humano ao divino, vieram ensinar aos homens que Jesus pode ajudar qualquer um a limpar as pedras de sua estrada pessoal.

         Jesus veio ao mundo não para chamar os justos, mas os pecadores. Muitos de nós, cristãos, já ouvimos esse ensinamento trazido por São Matheus em seu evangelho, mas falta fé e coragem para a mudança. O filho de Deus nos chamou de filhos e pede-nos que não esqueçamos sua lei.

Lectio Divina
  Lectio divina ou Leitura Orante, é uma prática e método de oração, reflexão e contemplação. Consiste na prática de oração e leitura das Escrituras e tem o intuito de promover a comunhão com Deus e aumentar o conhecimento da Palavra de Deus.
 Guigo, prior da Grande Cartuxa, na sua famosa Scala Claustralium construiu uma escada de quatro degraus, a saber:
  1. Lectio - Leitura
  2. Meditatio - Meditação
  3. Oratio - Oração
  4. Contemplatio - Contemplação
 Na Lectio/Leitura, toma-se o Texto Sagrado, A Sagrada Escritura de preferência e faz-se a leitura lenta e cuidadosa do texto, não tanto com o objetivo de fazer uma exegese bíblica, mas sim o de 'escutar' o que Deus fala ao leitor. Pode-se repetir a leitura quantas vezes for preciso, até que se sinta 'tocado', pelo Senhor.

 Na Meditatio/Meditação, rumina-se a Palavra, busca-se perceber o que é que Deus fala àquele(a) que lê. Não é mais uma leitura, mas uma 'escuta' da Palavra. "Fala, Senhor, teu servo escuta!"

 Na Oratio/Oração, responde-se a Deus que antes falou. De acordo com o contexto, com a história pessoal de cada um naquele momento, deixa-se o coração derramar-se diante do Senhor. Se antes se escutou, agora responde-se a Deus. Pode ser uma súplica, ação de graças, petição, o que o coração mandar, enfim. É um diálogo com Deus e uma relação entre dois seres que se amam. A alma e Deus!

 Na Contemplatio/Contemplação, já não há mais necessidade de palavras. O orante/leitor tomou contato com o texto escrito, ou até diante da Natureza, de um fato da vida; leu, ou melhor, 'escutou' a Voz que fala em seu coração. Responde a essa Palavra, escrita ou não. E no último estágio, na Contemplação, cala-se, adora, entrega-se numa adoração muda e silenciosa. É uma modalidade de oração contemplativa que se enquadra nesse quarto estágio da Lectio Divina.

 A Lectio Divina, como escreveu São Bento, a exemplo de Santo Ambrósio, Santo Agostinho e outros Padres (já se encontra essa expressão em Orígenes - theía anágnosis) é "considerada por toda a tradição" - e pelo congresso dos abades beneditinos de 1967 - "como um dos meios mais adequados e necessários para a vida dos monges". Constitui uma parte essencial da conversatio monástica, um dos instrumentos tradicionais mais característicos para buscar a Deus.

Texto retirado do  Wikipédia.